segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A avaliação que é diária


Avaliação processual: o raio X do ensino e da aprendizagem na sala de aula
A combinação de vários recursos para mensurar o aprendizado é a principal garantia do ensino eficiente. Saiba como promover esse diagnóstico constante em suas aulas
Você já ouviu falar em avaliação processual? Sinônimo de avaliação formativa ou contínua, ela indica a prática de examinar a aprendizagem ao longo das atividades realizadas em sala de aula: produções, comentários, apresentações, criações e trabalhos em grupos. "Isso faz a diferença porque é o elo entre o ensino e a aprendizagem e torna o docente corresponsável pelo processo"


Avaliar dessa maneira permite acompanhar a construção do conhecimento, identificar eventuais problemas e dificuldades e corrigi-los antes de avançar. "Isso ajuda a interpretar o que a turma aprendeu ou não e, assim, intervir, mudando as estratégias", explica Jussara Hoffmann.


Deveria ser assim sempre, mas em muitas salas de aula ainda predominam provas classificatórias, que servem como instrumento de poder e domínio do docente e deixam para o aluno toda a responsabilidade pelo resultado. "É importante que os educadores abram mão de avaliações tradicionais e coloquem esse recurso realmente a serviço da aprendizagem"


Outro ponto fundamental é diversificar os procedimentos, sempre pensando em criar desafios para a garotada. Nesse sentido, um forte aliado em todas as etapas de ensino é o portfólio. Ele pode reunir as produções mais significativas do estudante ou do grupo. "Esse material não é simplesmente uma coleção do que o estudante fez. Ele deve indicar o percurso de aprendizagem", defende Célia Maria Guimarães, professora da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) e coautora do livro Fundamentos e Práticas da Avaliação na Educação Infantil (Ed. Mediação, no prelo). O portfólio permite ao professor ter uma visão mais ampla dos resultados e ao aluno fazer reflexões sobre o que sabe. Ele mesmo pode escolher o que será incorporado à pasta, num processo de tomada de consciência sobre o que foi aprendido e o que ainda falta aprender.


Referência:


http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliacao-processual-raio-x-ensino-aprendizagem-sala-aula-785960.shtml

Avaliação com Sucesso



Metas Personalizadas

"André Plates Santos tem 11 anos e nasceu com síndrome de Torg-Winchester, uma doença que afeta ossos e músculos, diminuindo os movimentos. Ele é cadeirante e mexe braços e mãos com dificuldade. Apesar das limitações, André aprende com base nos mesmos objetivos traçados para a sala do 6º ano, mas as metas estabelecidas para ele respeitam suas possibilidades. A educadora Cleusa Haetinger, da Sala de Recursos Multifuncionais da escola, me auxilia no trabalho. Ao ensinar vôlei, conversei com o aluno e, juntos, pensamos em como ele poderia participar. Na atividade em duplas para exercitar o toque, foi André que sugeriu usar a cabeça em vez das mãos. Para sacar, utilizava os pés, por ter mais força com eles. Também abaixei a rede e usei bolas mais leves no início, para que ele enfrentasse desafios, mas tivesse condições de superá-los. Para avaliá-lo, observei sua evolução ao longo do processo. André sempre chamava a atenção de colegas para o uso da manchete quando a bola era baixa, o que demonstra aprendizado dos fundamentos do esporte, que tinham sido apresentados no decorrer das aulas. Na hora do jogo, ele podia chutar a bola, cabeceá-la ou arremessá-la com as mãos. No fim, notei que André avançou nos gestos que fazia e até conseguiu passar a bola por cima da rede na altura padrão."





Patrícia Soldateli, professora de Educação Física da EMEF Taufik Germano, em Cachoeira do Sul, RS



Referência:

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliacao-flexibilizada-inclusao-deficiencia-flexibilizacao-806090.shtml

Avaliação flexibilizada


Como adaptar a forma de análise para mensurar o aprendizado do aluno com deficiência?


Olhar as especificidades de cada estudante é uma premissa básica quando o assunto é o respeito ao direito de aprender de crianças e adolescentes, incluindo aqueles com necessidades educacionais especiais (NEE), que somam 620.777 em escolas regulares do Brasil, segundo o Censo Escolar 2012. As dificuldades enfrentadas pelos docentes ao lecionar para esse público são diversas. O acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a recursos de tecnologia assistiva ajuda a superar barreiras de aprendizagem, mas isso não significa que todos irão se desenvolver da mesma forma. Com isso, uma dúvida persiste: como avaliar o desempenho desses alunos?
Para medir o conhecimento deles, os mecanismos de análise e os indicadores de aprendizado devem variar conforme as possibilidades de cada um. Ou seja, é preciso flexibilizar o modo de avaliar. "Se a escola é para todos, temos de pensar na perspectiva da diversidade, não na homogeneidade. Dessa forma se realiza uma avaliação distinta conforme a potencialidade de cada criança, rompendo com um modelo unificado"
Augusto Galery, pesquisador do Instituto Rodrigo Mendes e coordenador do projeto Diversa, ressalta que não é só o aluno com deficiência que enfrenta barreiras na hora de aprender. "Cada estudante tem seu próprio ritmo. Além disso, ele pode ter problemas em uma disciplina e não em outra. Por exemplo, há quem tenha dificuldade em Matemática, outros em Arte. Por isso o melhor é colocar ênfase no processo de aprendizagem em vez de focar no conteúdo lecionado. Isso com relação a qualquer aluno."
Não existe fórmula. Em determinadas situações, adequações nas ferramentas avaliativas são suficientes para permitir ao estudante mostrar o que aprendeu. "O instrumento é uma escolha feita pelo bom senso, na interação com o aluno", diz Rossana Ramos, pedagoga e autora do livroInclusão na Prática (128 págs., Ed. Summus). É possível, por exemplo, usar um notebook com leitor de tela para que um estudante cego escute textos e perguntas em uma prova de História. As respostas também podem ser gravadas por ele.


Referência:

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliacao-flexibilizada-inclusao-deficiencia-flexibilizacao-806090.shtml

A avaliação não deve ser vista como ameaça

As provas devem servir para acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, e nunca ser temidas como sentenças.

Avaliações educacionais, verificam habilidades de alunos e o desempenho de redes escolares. Os objetivos, nesse caso, são tão diferentes quanto os de exames médicos que orientam tratamentos ou de provas para certificar profissionais e classificar serviços.

As avaliações mais importantes são as que orientam o ensino, integradas ao processo de aprendizagem, e não simples provas periódicas. Ao propor uma gincana em que as crianças escrevam bilhetes anônimos e numerados, com instruções para ações dos colegas, a professora que acaba de assumir uma turma desenvolve uma boa socialização enquanto verifica as competências de ler e escrever de cada um. Atividades desse tipo, da Infantil ao Ensino Médio, revelam mais do que provas. Porém, o uso delas é tão raro quanto o de diagnósticos iniciais. O resultado disso é que, às vezes, expectativas de aprendizagem equivocadas somente são percebidas quando já é tarde demais.

Quando as turmas são grandes, em vez de levar pilhas de trabalhos para corrigir (e às pressas, pois a vida é curta), é melhor o professor instruir os estudantes para que se auto avaliem em atividades de classe ou de casa. Sabendo contornar possíveis limitações, a escola pode orientar as famílias para se tornarem parceiras no processo, mostrando os objetivos das etapas do ensino e o que será verificado em provas parciais. As finais ganham a função de confirmar e certificar o trabalho, mas insucessos põem em questão a própria escola.

A qualidade da Educação deve ser aferida, e as provas gerais têm esse papel, nem sempre bem interpretado. Classificar escolas lembra "coisa de mercado" e, como provocação, eu diria que a escola que fazia o estudante aprender só para tirar boas notas nas provas - como alguém que cuida da saúde só para passar no exame médico - agora também ensina para ela mesma ser aprovada.

Cabe a esses exames orientar, e nunca "carimbar" uma instituição - e é bom evitar comparações absolutas entre escolas e professores atuando em situações diversas. A sociedade e o Estado precisam saber que quem trabalha em condições difíceis e com público carente está na trincheira da equidade social e do desenvolvimento, sendo assim a vanguarda - não a retaguarda da Educação.


Em síntese, em quaisquer circunstâncias, avaliações são meio ou confirmação de nosso trabalho, nunca sua razão de ser. Assim, devem ser vistas como recursos para aprender e ensinar melhor, nunca temidas como sentenças, nem pelo aluno nem por nós.
 (Disponível em:http://hist6anoen2.blogspot.com.br/2013/05/prova-do-dia-04-de-junho.html)

Referência:
Avaliação não é ameaça. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliacao-nao-ameaca-424491.shtml. Acesso em 26/10/2014

Caminhos e Descaminhos da Avaliação Educacional


Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=sJeGDLfv4LA>

Não é satisfatório somente avaliar

(Disponível em:http://rotadosconcursos.com.br/questoes-de-concursos/pedagogia-planejamento-de-ensino/493190)


A maioria das avaliações traz embutida a finalidade de identificar falhas de percurso para traçar estratégias capazes de melhorar a qualidade do ensino. Mas isso, frequentemente, fica só na intenção. Em primeiro lugar porque ocorrem tropeços na implementação. Um deles: o Brasil não tem um currículo único, detalhado e obrigatório - e, não raro, as redes adotam um sistema próprio de verificação sem antes elaborar seu documento oficial. O resultado é uma confusão no meio de campo: se os mesmos conteúdos não são ensinados a todos os alunos, como checar a aprendizagem deles em larga escala?
        
Quando a avaliação é feita no fim do primeiro e do segundo segmentos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, essa dissonância é discreta porque há certo consenso sobre o que os estudantes devem saber ao concluir essas fases. Se ela for realizada no meio das etapas, no entanto, as discrepâncias entre o que já foi ensinado e o que é testado podem ser mais incisivas. Isso porque não há concordância entre os educadores sobre a distribuição dos elementos curriculares pelos anos e, assim, cada escola trabalha com temas diferentes.
       
Outro ponto a destacar: persiste na opinião pública e entre alguns gestores expectativa equivocada de que a simples divulgação de rankings leva à mudança da prática. Um desempenho ruim dos alunos pode até servir como alerta, mas o contra -ataque não é automático. Em geral, docentes e gestores não compreendem o que significam os números referentes à sua rede ou escola - e muito menos conseguem decidir, sozinhos, como reverter o quadro.
Para garantir o aperfeiçoamento constante das práticas em sala de aula, é necessário que a rede ofereça um trabalho de esclarecimento sobre os resultados das sondagens e, mais do que isso, tenha uma política consistente e permanente de formação continuada em serviço para os gestores e os professores. Somente atribuir a culpa por rendimentos baixos aos educadores não é frutífero nem justo. Quanto mais dominarem os conteúdos e as didáticas referentes às disciplinas que lecionam, maiores são as chances de avanço dos alunos. Mas outros fatores entram na equação. Contam o tamanho da turma (quanto maior, pior), o tipo de material didático disponível, a existência de um currículo, o fato de a escola estar ou não em área de vulnerabilidade e o perfil do alunado - já que a bagagem trazida de casa interfere na aprendizagem.
        
Por fim, ainda que os processos de avaliação externa possam se sofisticar, a ponto de permitir que a cadeia medição-reflexão-ação sempre se complete, é preciso ter cautela para não reduzir o conceito de qualidade da Educação Básica. Afinal, ter proficiência em disciplinas-chave não é tudo o que se espera dos estudantes formados. A concepção de Educação é ampla - e as metas do país devem ser cada vez mais ambiciosas.

Referência:
Não basta apenas avaliar, avaliar, avaliar... Disponível em:http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/nao-basta-apenas-avaliar-avaliar-avaliar-647762.shtml. Acesso em 26/10/2014

Exemplo de uma professora que envolveu seus alunos na própria avaliação

Maria de Picheth, que leciona Língua Portuguesa para a 4ª série, atua assim há quatro anos. Ela começa com um diagnóstico das capacidades de escrita e de comunicação dos alunos. Depois dá um retorno a cada um. "Mostro no que deve melhorar a produção, que aspectos vamos trabalhar", explica. A seguir, os principais passos do trabalho.
  • Maria de Lourdes acredita na importância de sempre manter os alunos informados sobre o que será desenvolvido em aula e o que espera deles. Diariamente ela coloca agenda no quadro, relatando conteúdo a serem trabalhados, atividades e objetivos da aula. "Dessa maneira, eles reconhecem progressos e dificuldades", explica.
  • As auto-avaliações são de dois tipos: orais e escritas. As orais são feitas quinzenalmente. Em grupo, as crianças verificam no caderno o que foi trabalhado e se realmente aprenderam aquilo. "Eles são muito sinceros e dizem se não estão bem firmes no assunto, se têm dúvidas ou se não se lembram", descreve a professora. Já a escrita acontece no final do trimestre e diz respeito a todas as disciplinas. A aluna Laís Boaventura, por exemplo, admitiu que não gostava de falar e se sentia insegura. Trabalhadas as dificuldades, a situação mudou: "Hoje sinto que sou capaz de realizar atividades que pareciam muito difíceis".
  • Terminada a aula, Maria de Lourdes compara a auto avaliação das crianças com seus registros. "Se a diferença for gritante, posso não estar olhando para a criança como deveria", reflete. As questões que, na opinião da turma, não foram aprendidas são retomadas em atividades diferenciadas. Os que já atingiram determinado objetivo também participam com interesse.


Para Maria de Lourdes, conhecer o aluno em outros aspectos que não apenas os relacionados aos objetivos alcançados, é essencial. Por isso ela procura sempre ouvi-los. 
(Disponível em:http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliar-ensinar-melhor424538.shtml)


Para mais informações entre no site da Revista Nova Escola:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliar-ensinar-melhor-424538.shtml